Ter um animal acarreta responsabilidade. É fundamental saber quais são as suas necessidades e garantir que elas sejam asseguradas para o seu bem-estar quotidiano.

Cuidados diários

Os espaços dedicados aos animais devem ser mantidos limpos e seguros, livres de objetos que possam ser engolidos ou constituir perigos. As portas devem ter sistemas de tranca eficazes de forma a evitar fugas. Devem existir em torno dos locais onde os animais circulam armadilhas de atração de moscas.

Os animais devem circular entre pastagens sempre que possível. Os bebedouros devem ter água limpa e fresca disponível e as manjedouras alimento (palha/feno) todos os dias. Deve-se ainda disponibilizar blocos de sais minerais para que os animais possam lamber, mas evite os que contêm mais do que 5 p.p.m. de iodo, porque estes podem ser tóxicos para as crias.

Nas lides com estes animais, é importante a observação diária do seu comportamento. um burro saudável é vivaz, desloca-se pelo espaço, tem as orelhas ativas, mostra interesse, come e bebe. A escovagem regular do pelo ajuda a manter a higiene do animal, ao mesmo tempo que proporciona um momento oportuno para a inspeção de feridas e parasitas externos. É simultaneamente um momento de relaxe e ligação entre animal e dono. A limpeza regular dos cascos mantém a sua saúde e previne a formação de abcessos por pedras que possam ficar presas provocando dor.

Cuidados semanais

A integridade de todas as vedações dos diferentes espaços deve ser confirmada. Nos campos, é importante identificar a existência de plantas venenosas e sendo o caso devem ser arrancadas.

Cuidados mensais

A condição corporal dos animais deve ser verificada mensalmente, por forma a garantir que mantêm uma boa forma física. É também importante a visita do ferrador a cada 8 a 10 semanas.

Cuidados pontuais

Anualmente, o médico-veterinário deve fazer uma consulta ao animal e administrar, de preferência antes da estação fria, as vacinas de prevenção contra o tétano e a gripe equina. Pelo menos duas vezes por ano, deve ser recolhida uma amostra de fezes para a testagem de parasitas gastrointestinais, e consoante o resultado o veterinário deve informar da necessidade de desparasitação. A inspeção dos dentes por um veterinário ou técnico especializado deve também ser feita pelo menos uma vez por ano, ou em intervalos mais curtos caso existam problemas odontológicos e sobretudo em animais com idade avançada.

Alguns cuidados devem ser tidos em conta sazonalmente. Durante a primavera e o verão, deve ser dada uma maior atenção às medidas de proteção contra moscas e outros insetos. Uma ferida não tratada pode ser agravada rapidamente pela deposição de ovos pelas moscas, daí que deva ser feita uma inspeção regular da pele, bem como dos cantos dos olhos onde se acumulam as lágrimas. A introdução aos pastos de primavera deve ser lenta e gradual, por forma a evitar o aparecimento de laminites - inflamações nos cascos relacionadas com a ingestão elevada de açúcares. É durante estes meses mais quentes que se deve preparar a chegada dos meses mais inóspitos, assegurando a compra de alimento para os meses de inverno e também fazendo as limpezas e arranjos necessários. Durante o outono deve evitar-se que tenham acesso ilimitado a zonas de carvalhos, uma vez que a ingestão elevada de bolotas pode ser perigosa. As dermatites são mais frequentes nas mudanças das estações (inverno/primavera; verão/outono), enquanto as pneumonias são mais frequentes no inverno. Quando as temperaturas são muito baixas, pode ser necessário fornecer água morna para assegurar a ingestão diária de líquidos, e nos animais mais idosos ou débeis devem colocar-se cobrejões, por forma a protegê-los, tendo em atenção que estes devem ser retirados de vez em quando para a inspeção da pele. No tempo chuvoso, é importante garantir que o piso não se torne lamacento e que os animais tenham acesso a piso seco por forma a prevenir problemas de cascos.